As pessoas acham que sou ingênua.Acham que porque sou na boa, às vezes polida, às vezes cuidadosa, não sou capaz de ver as coisas, que sou "contaminável", que quando estouro não é por mim. Eu sei muito bem o que faço. Me conheço bem demais para saber o quanto dar murro em ponta de faca é meu mote, o quanto sou teimosa, o quanto sou irascível, o quanto opto ou não pela crueldade. Aqueles que me acham ingênua são os que se deixam levar pela primeira impressão, o pela própria. Não sou gado, aí está a diferença. Não vivo em verdes prados mansamente.Talvez minha rebeldia seja ingênua então?
Uma das coisas que fazem parte do ofício do ator é compreender "as razões"(e não necessariamente justificar) do pior assassino. Ver as pessoas por trás das máscaras. Talvez haja em mim a ingenuidade de acreditar que as máscaras possam cair, que mesmo a mais forte couraça possa ser perfurada, minada. E o mundo não é assim, as pessoas não são assim, afinal. As pessoas não estão interessadas no que está a seu lado, no que está além da ponta do seu nariz, no que ultrapassa seu umbigo.
E por incrível que pareça, me preocupo com a saúde e bem-estar desses desgraçados.
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